Como o esquerdismo se tornou kryptonita para o Superman!

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O domínio da indústria de quadrinhos pelos esquerdistas foi denunciado pelo Caixa de Gibis vários anos atrás, muitas pessoas me chamaram de louco, paranoico, teórico da conspiração e discípulo de Reinaldo Azevedo (a pior ofensa), mas o que eu dizia não eram delírios, eram fatos coletados em mais de vinte anos lendo quadrinhos e observando a postura de editores, artistas e escritores do ramo. Poucos críticos já se pronunciaram sobre o assunto, no Brasil nenhum além de mim. Artistas sempre preferem não se comprometer com posições contrárias ao sistema do qual dependem financeiramente, assim, a militância política esquerdista que domina as editoras prevalece com sua Agenda inserida nos gibis.

Porém dois artistas corajosos decidiram se pronunciar contra esse abuso. Em 8 de junho de 2014, Chuck Dixon e Paul Rivoche assinaram o artigo “How Liberalism became Kryptonite for Superman”, no The Wall Street Journal. O artigo teve ampla repercussão na mídia de quadrinhos dos EUA e levou os dois até a debates na Fox News. Os esquerdinhas americanos ficaram furibundos! No Brasil o artigo foi quase ignorado. Decidi traduzir o texto para provar que eu não estava delirando todos esses anos. Existe sim uma Agenda!

Dixon e Rivoche são, respectivamente, escritor e ilustrador com ampla experiência no mercado de quadrinhos americanos há mais de 30 anos, eles acompanharam os últimos desenvolvimentos dessa indústria e o domínio dos esquerdistas os prejudicou profissionalmente, agora eles decidiram se rebelar e partir pro contra-ataque. Além do artigo, assinam uma graphic novel que adapta a obra de uma historiadora conservadora pra fazer contraposição a enormidade de obras esquerdistas que invadiram o mercado e até as escolas americanas!

O artigo é revelador e importante, mas também tem seus erros. Dixon e Rivoche parecem ignorar que a Agenda esquerdinha já vem sendo aplicada sistematicamente nos gibis desde os anos 1970 e situam a virada a esquerda somente nos anos 1990. Acredito que eles fazem isso porque essa foi a época em que começaram a sentir na pele o problema. Eles também não olham muito além dos quadrinhos, não veem que a esquerda dominou todo o meio artístico (inclusive Hollywood) e editorial, também as universidades e os meios de comunicação. Os quadrinhos fazem apenas refletir tudo isso. Eles também erram ao achar Maus e Persépolis exemplos de quadrinhos conservadores sendo que os autores, Art Spiegelman e Marjane Satrapi estão entre os mais a esquerda do ramo, tendo Spiegelman escrito um livro ridículo e desnecessário sobre o 11 de setembro, cheio de ódio aos Estados Unidos e todo o mundo livre. Eles erram ao achar que o conservadorismo dominava os quadrinhos em seus primórdios e que as decisões editoriais sempre estiveram além da política, também erram ao achar que o Comics Code surgiu pra proteger as criancinhas, quando na verdade foi uma armação da própria esquerda americana. Falta perspectiva histórica, mas eles estão certos ao afirmarem que o politicamente correto é o novo Comics Code.

A preocupação deles é com seu meio de vida. Mesmo assim, a atitude é louvável, uma atitude corajosa de artistas em uma época de covardes. Leia abaixo e comente!

Como o esquerdismo se tornou kryptonita para o Superman

Na edição #900 de Action Comics, Superman decide ir perante a ONU e renunciar a sua cidadania americana. “Verdade, justiça e o modelo americano não são mais suficientes”, ele se desespera. Aquela edição, lançada em abril de 2011, talvez seja o mais dramático exemplo da queda dos quadrinhos modernos no politicamente correto, na ambiguidade moral e na ideologia esquerdista.

Nós somos artistas de quadrinhos e quadrinhos são nossa paixão. Porém o mais importante é que eles inspiraram e formaram muitos milhões de jovens americanos. Nosso medo é de que hoje os jovens leitores de quadrinhos estejam sendo prejudicados por uma mídia que muitas vezes apresenta os heróis como moralmente problemáticos ou semelhantes aos criminosos que eles combatem. Com a ascensão do relativismo moral, “verdade, justiça e o modelo americano” perderam seus significados

Essa história tem início lá nos anos 1930. Superman, quando ele apareceu pela primeira vez nos primórdios dos gibis e, mais tarde, no rádio e na TV, não era só “capaz de subir prédios altos com um único salto”, ele também era bom, justo e maravilhosamente americano. Superman e outros “super-heróis” como Batman, eram desse jeito para se distinguirem de vilões como Lex Luthor e o Coringa. Superman  lutou até mesmo contra a Alemanha nazista e o Japão durante a Segunda Guerra Mundial.

Superman também teve cruzadas em seu próprio país, a mais famosa contra a Ku Klux Klan. Um homem familiarizado com a KKK, Stetson Kennedy, entrou em contato com produtores de programas de rádio nos anos 1940 e revelou alguns dos códigos e rituais secretos da sociedade. Os produtores do programa [do Superman] criaram mais de 10 episódios anti KKK,  “The Clan of the Fiery Cross,” que foram ao ar em junho de 1946. A clara oposição do programa de rádio a intolerância reduziu drasticamente o respeito  que os jovens americanos brancos tinham pela KKK.

A família de um de nós, Paul Rivoche, fugiu da Rússia Soviética. O fato de que os criadores do Superman, Jerry Siegel e Joe Shuster, eram eles mesmos imigrantes, inspirou Paul. Superman era um tipo de imigrante que veio de Krypton, um planeta “muito, muito distante” para a Terra.  Paul cresceu no Canadá, mas ele queria retratar através de sua arte e de suas ilustrações o apreço que tem tanto pela América do Norte quanto pelos Estados Unidos. Idealismo semelhante trouxe Chuck, o escritor da nossa equipe, aos quadrinhos.

Nos anos 1950, as grandes editoras, incluindo a DC e aquela que mais tarde se tornaria a Marvel, criaram o Comics Code Authority, um regulamentador da indústria que estipulava regras do tipo “Crimes nunca devem ser representados de forma que possam criar simpatia pelos criminosos” A ideia por trás do Comics Code, que tinha um selo de aprovação colocado na capa de todos os gibis, era proteger o principal público da indústria, as crianças, de narrativas que pudessem glorificar crimes violentos, uso de drogas ou outros comportamentos ilícitos.

Nos anos 1970, nossos primeiros anos no ramo, ninguém realmente modificou a fórmula do super-herói. O Comics Code mudou suas regras para permitir “descrição simpática de comportamento criminoso…[e] corrupção entre servidores públicos”. Mas apenas “enquanto isso é retratado como excepcional e o culpado é punido.” Em outras palavras, ainda havia os bons e os maus. Ninguém se importava com a posição política de um artista se você pudesse desenhar, escrever e cumprir os prazos. Os quadrinhos eram uma fraternidade além da política.

A década de 1990 trouxe uma mudança. A indústria enfraqueceu e, eventualmente, jogou fora o Comics Code, os editores começaram a resistir a contratação de artistas conservadores. Um de nós, Chuck, expressou a opinião de que não era certo fazer uma história falando abertamente sobre AIDS em gibis vendidos para crianças. Seus editores não gostaram da ideia e pediram que ele se desculpasse com os colegas só por ter dito isso. Pouco tempo depois, Chuck começou a pegar menos trabalho.

Os super-heróis também mudaram. Batman tornou-se sombrio e ambíguo, uma espécie de monstro depressivo. Superman se tornou menos patriótico, o que culminou em sua decisão de renunciar à cidadania americana para que ele não fosse visto como uma extensão da política externa dos EUA. Um novo código, menos explícito, porém muito mais forte, substituiu o antigo: um código de correção política e ambiguidade moral. Se você discorda dos editores, em sua maioria de esquerda, que permaneça em silêncio.

O problema do politicamente correto vai além dos gibis tradicionais e chega as graphic novels. Estas obras, apesar da definição de gênero, não são todas de ficção. Por anos a graphic novel “A People’s History of American Empire” de Howard Zinn, tem sido usada como material didático nas escolas americanas. Existe até mesmo uma versão em cartum de “Working” de Studs Terkel. Che Guevara, o revolucionário marxista cubano, é tema de várias graphic novels, assim com a anarquista Emma Goldman.

No entanto, nem todas as histórias em quadrinhos e graphic novels estão papagaiando a linha progressista. “Maus” e “Persépolis” ambos venderam centenas de milhares de cópias, e são utilizados nas escolas. Nenhum desses dois mega-sucessos pode ser chamado de esquerda ou de direita. “Os Incríveis”, da Pixar, é uma parábola sobre as consequências negativas em perseguir pessoas notáveis apenas porque elas possuem talentos especiais. Você pode, se quiser, encontrar conteúdo libertário em “X-Men”. Ainda assim, a mensagem geral que a maior parte dos quadrinhos modernos passam é, em um mundo moralmente ambíguo em grande parte criado pelo império americano, esquerdize!

Isto seria menos importante se os quadrinhos estivessem desaparecendo. Mas os quadrinhos hoje são mais populares do que nunca, fato evidenciado por megasucessos de Hollywood como “X-Men”. Um terço dos professores que tem inglês como segunda língua nos EUA usam quadrinhos. Se você duvida do futuro desta mídia, olhe para a Amazon, que comprou o ComiXology, uma empresa que vende quadrinhos para ler no computador. Ou tente obter um estande na Comic-Con, o encontro de multidões que é a convenção anual de quadrinhos.

Como um colega nosso escreveu recentemente no site comics beat, quando se trata da esquerdização dos quadrinhos modernos “os conservadores estão remediando” Como nossa contribuição a esse esforço, nós dedicamos anos a graphic novel “The Forgotten Man,” uma nova história da Grande Depressão, da escritora conservadora Amity Shlaes. Mas o nosso é apenas um livro, esperamos que os conservadores, defensores do livre mercado, e, sim, esquerdistas defensores da liberdade de expressão, juntem-se a nós. É hora de tomar os quadrinhos de volta.

5 comentários

  1. Parabens. acompanho o blog e ja tava sentindo falta ,pois é um blog como poucos q alem de nos mostrar oq rola no mundo dos gibis,ao mesmo tempo rola o q ta acontecendo com o mundo. as pessoas nao creem no chão onde pisam,apenas acreditam q onde estao pisando é o lugar firme sem duvidas e questões a serem estudadas. preferem ignorar ou tratar esse e tantos outros assuntos como paranoia. assim é mais facil pra eles. novamente parabens e continue assim. vamos a luta!

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