Os 13 piores sites sobre quadrinhos de todos os tempos

nerd

Faz parte do ofício da crítica de quadrinhos ler o máximo possível do que se escreve a respeito, e hoje se escreve principalmente na internet. Percorro centenas de sites sobre quadrinhos em vários idiomas, dos mais relevantes aos mais obscuros. Neste périplo, percebi um decréscimo monstruoso da qualidade do discurso nos últimos cinco anos. Os quadrinhos vem deixando de ser vistos como um entretenimento e tem se tornando veículo de bandeiras políticas bizarras, ofensivas e paranoicas.

Isto me levou a elencar os treze piores sites da internet, aqueles que vem deturpando o sentido e os objetivos das histórias em quadrinhos; de entretenimento saudável, propulsor da imaginação e da fantasia de crianças, jovens e adultos, para uma espécie de cartilha ideológica pós-moderna disfarçada de produto, disfarçada de arte, pronta para ser usada para a doutrinação, para o condicionamento comportamental e apta para a aceitação em meios intelectuais elegantes; contrariando a tradição cultural dos quadrinhos como uma forma de arte popular, descompromissada com bandeiras ideológicas socialmente aceitas, uma arte subversiva e anárquica.

Os sites comentados aqui surgiram com o objetivo ou se transformaram em propagandistas de um ethos atualmente imposto a partir de cima, das esferas de estudo acadêmico, dos grandes meios de comunicação e de poderosos grupos políticos. Dependendo do caso, eles exercem vigilância, fazem campanhas sugerindo ou exigindo a censura, veiculam textos de doutrinação e condicionamento e/ou tentam denegrir a imagem de artistas e obras que não seguem, por alguma razão, os modelos impostos. A vigilância sobre o conteúdo das histórias em quadrinhos ou outras mídias de entretenimento perfaz uma das mais violentas e perigosas tentativas de calar a livre expressão.

13 – Women in Refrigerator (1999)

O site que deu origem a paranoia das feministas radicais com os quadrinhos. A então cabeleireira Gail Simone teria ficado chocada com uma cena do gibi Green Lantern #54 (1994), em que Kyle Rayner chega em casa e encontra sua namorada morta enfiada em uma geladeira. Ela criou uma lista de situações em que as mulheres eram vítimas de violência nos quadrinhos americanos de super-heróis. Causou reações, polêmica, e acabou sendo convidada para escrever quadrinhos.

Simone nunca levou em consideração que além das mulheres, os homens também sofrem violência nos quadrinhos, assim como os alienígenas, os animais, as criaturas de outras dimensões e tudo que existe. A essência dos quadrinhos de heróis é a violência, o conflito. Também não analisou a situação a partir do momento em que viviam os quadrinhos nos anos 1990, era época do “grim and gritty” quando se apelava pra todo tipo de situação extrema pra vender gibi, coisa que anteriormente não era permitida, devido as restrições do Comics Code. Mas ela não queria saber de nada disso, só queria se promover, e conseguiu, agora é uma conceituada escritora de HQs. Não gostava que matassem mulheres nos quadrinhos, mas hoje mata (conceitualmente) personagens consagradas como Sonja e Vampirella. Vem ao Brasil este mês falar bobagem em um evento chamado FIQ.

Por ter começado isso, Simone é uma das grandes influências dos paranoicos da internet e é responsável indireta por todas as campanhas de perseguição a artistas como Orson Scott Card e Milo Manara. A única coisa na geladeira aqui é o cérebro de quem se deixa influenciar por ela.

12 – Melhores do Mundo

Site que era de zueira, humor, com o tempo foi cedendo aos limites do politicamente correto, até virar um dos expoentes do discurso caxias e moralista atualmente em voga. A autocastração que os transformou em eunucos não permite mais piadas de gays, finalizar os posts com fotos de gostosas nem qualquer coisa que possa ser ofensiva para as minorias vigilantes. Eu o coloquei como exemplo do que os veículos de humor vão se tornar na medida em que essa agenda for avançando.

11 – Terra Zero

Era um bom site de divulgação do conteúdo DC Comics, mas agora toma posições políticas em suas colunas. Sempre para o lado “do bem”. O discurso chatinho das “minorias”, da “representatividade” dominou tudo e não permite manifestações contrárias. Chamam os leitores de “coxinhas” – os mesmos leitores que deram a eles o sucesso – e decretam que “o mundo mudou”. Eu rio dessas crianças que se acham conhecedoras do mundo aos 20 anos.

Não por acaso, eles se afastaram da DC e hoje falam sobre outras editoras, talvez por perceber que a casa de Batman tem um viés mais conservador. Há artigos propagandeando teoria de gênero, queer e toda baboseira ideológica que contaminou a indústria dos quadrinhos nos últimos anos. Quer uma dica? Preserve seu cérebro, quando quiser ler as notícias sobre a DC, procure sites estrangeiros.

10 – Omelete

O maior site de quadrinhos e entretenimento do Brasil não emitia opiniões de verdade até pouco tempo atrás, mas agora cedeu ao discurso elegante da moda. Você entra lá atualmente e, além de milhares de anúncios, sempre vai encontrar um artigo de um suposto especialista falando em sexualidade nerd, minorias, representatividade, etc. Fiquei chocado outro dia quando vi um texto que falava tudo sobre travestis na mídia, era um verdadeiro manual.

Existe alguma necessidade disso? O sexo é uma questão pessoal, não tem nada a ver com gibi, filme, videogame, por que um site de cultura pop tenta, de certa forma, educar crianças e jovens nesse sentido? Isso não seria responsabilidade das famílias? É óbvio que esse site é influente, a grande maioria da garotada que lê quadrinhos só se informa pelo Omelete. Aderiram a um discurso ideológico de transformação de sexualidade em política que pode mexer com a cabeça de muitas crianças, muitas que tem famílias religiosas inclusive. O que estão ganhando com isso?

Chamam Frank Miller de Fascista em um vídeo, mas quando querem bombar seu evento e ganhar mais, quem chamam?

9 – Judão

Este site já foi legal, era divertido até, mas chegou ao extremo de se desmembrar para se adequar aos ditames do politicamente correto. Um lado ficou com as notícias, o outro com os artigos. Também segue o discurso dos elegantes senhores do bem. Minorias pra cá e pra lá, parece que descobriram a roda e o fogo agora. Quem vê, acha que antes do ano passado o mundo era como em 1850, escravidão e segregação de negros e mulheres, dai de repente tudo mudou, todas as minorias se libertaram e nunca mais vai sair um gibi que não tenha a tal da diversidade. Pura bobagem, discurso de colegial. Esqueceram que entretenimento é pra divertir e não converter. Pra um site que há pouco tempo fazia divertidas resenhas de filmes pornô, a queda foi grande.

8 – Quadrinhos na Sarjeta

A verdadeira razão para que uma agenda ideológica tão maléfica tenha atingido a cultura de quadrinhos e esteja contaminando a mídia, os eventos e o conteúdo das HQs é a influência dos trabalhos acadêmicos. Eu cito este site não só por ser uma leitura muito ruim, por seus textos pretensiosos e canhestros, mas por ser um dos que representam essa tendência acadêmica na blogosfera de quadrinhos.

Outro dia entrei em um grupo de acadêmicos pesquisadores de HQs e 90% dos trabalhos divulgados eram de ciências sociais, tinham cunho ideológico. Eles inventam que as teorias bizarras de gênero e coisas do tipo devem ser aplicadas aos quadrinhos e no dia seguinte tudo quanto é site jornalístico está repetindo, artistas estão seguindo a tendência e se achando super cult, dai a coisa se populariza. Há pouquíssimos acadêmicos no Brasil que sabem escrever sobre quadrinhos, normalmente aqui os estudos são contaminados pela masturbação intelectual das ciências sociais, aconselho quem quiser referências acadêmicas sobre HQs a buscar os estrangeiros, pesquise em inglês, espanhol e francês.

Quanto aos sites acadêmicos brasileiros, eles são os verdadeiros responsáveis por todo o mal. Acautelai-vos desses sites.

7 – Tapioca Mecânica

O nome já é ruim, o conteúdo, pior ainda. Este site reflete a tendência da imitação, todos os dias surgem novos sites de quadrinhos no mundo e a tendência é imitar os que já existem e fazem sucesso, porque uma voz original só o Caixa de Gibis tem é muito difícil de desenvolver. Daqui pra frente, vão surgir inúmeros sites repetindo o discurso politicamente correto. Muitos desses sites vão ser criados por pessoas que nem imaginam ser essa patuscada recente, sem saber o mal que estão fazendo aos quadrinhos. Todos vão aderir as periódicas campanhas de censura e intimidação e serão os soldadinhos a fazer número.

6 – Ei Nerd

Este é definitivamente o pior site de quadrinhos que eu já vi, mas não está no fundo da minha lista porque não é levado a sério por ninguém.

Porém não se engane, sites como esse podem ser muito mais perigosos para o caso que estamos discutindo, isso porque é se passando por retardados que publicam uma infinidade de listas pseudo polêmicas que eles inserem suas ideologias da maneira mais eficiente. Muitos não gostam de ler artigos, acham chatos e cansativos ou não tem tempo, dai clicam em listas, que são mais divertidas, elas acabam gerando muito mais visitas do que textos. Este site publica listas ridículas como “os momentos mais sexistas dos quadrinhos” e lá, sub-repticiamente, fazem pequenos comentários, preparando os leitores mais ingênuos e suscetíveis. Em busca de cliques, eles colocam os assuntos da moda. Nem preciso falar mais nada.

5 – Minas Nerds

Essas garotas fazem parte da turma que descrevo abaixo, dizem que leem quadrinhos, mas parece que não conhecem muito de sua história. Inventaram um tal de problema de “representatividade” e acham que devem “ocupar” (sic) os espaços dos quadrinhos. Será que elas não sabem que, apesar de ser predominantemente masculino, os quadrinhos sempre tiveram criadoras e personagens femininas de destaque? Que tal se estudassem um pouco?

O problema é que todo mundo quer ter uma ideologia pra ser sua razão de viver e hoje ideologizou-se tudo, dos meios de transporte a comida, do sexo aos quadrinhos, e o vazio espiritual do mundo contemporâneo faz com que todo mundo saia pela internet dizendo ser partidário da ideologia verdadeira. Isso enche o saco.

4 – Collant Sem Decote

Isso é horrível. Apesar de ter sido divulgado no portal G1, da Globo, esse site não conseguiu leitores. O assunto ta na moda, a abordagem é politicamente correta, mas ele não sai de 400 visitas nos posts. Talvez porque feminismo e cultura pop não combinem mesmo, ou porque é muito mal escrito, sei lá.

Mas a persistência da autora no sentido das bizarrices, como dizer que não precisamos de uma animação da Piada Mortal e a insistência febril na utilização de uma linguagem inventada nonsense, com palavras tipo “cisgênero”, “intersexual”, “mansplaining” garantem na verdade alguns belos momentos de humor. Eu rio alto dessa babaquice.

O perigo aqui são as campanhas que ela faz, reclamando de conteúdo de HQs, filmes e séries, da atitude de artistas e empresas e até de piadas. Isso vem se proliferando pela internet e abre as portas para a censura, bem ao gosto dos jovenzinhos radicais e intolerantes. É necessário combatê-los

3 – Ladys Comics

O mais chato, sem graça e triste site sobre quadrinhos da internet brasileira. Sempre essa coisa do vitimismo “ei, somos gente, também lemos HQ”. Não imagino quem frequenta isso. Só digo que os trabalhos apresentados não tem qualidade, não se sustentam e se não fosse pela ideologia embutida, esse site não teria nem dez visitas por dia. Tudo é aquela conversinha pra boi universitário dormir de que as mulheres não tinham representatividade. Putz, será que já ouviram falar de Sheena, a rainha das selvas? Ela foi criada no estúdio de Will Eisner e já tinha revista própria em 1940! Nunca houve nenhum problema de representatividade nos quadrinhos.

Elas tem ao menos a virtude de não serem tão agressivas quanto as outras feministas. Toda vez que entro nesse site e vejo o banner com a mulher desenhada, lembro da estética dos anúncios de revistas femininas americanas dos anos 1950, e aquele balão me parece uma panela. Não sei se foi inconsciente isso ai.

2- Geeks Out

Tem um monte de editores, jornalistas e artistas de quadrinhos confundindo suas inclinações pessoais com os quadrinhos que leem e os filmes que assistem, acabam levando tudo para o seu filtro pessoal. Se é gay é bom, se não tem gay não é. Como é que é? Pra quê isso? O que diabo a sexualidade dos super-heróis ou qualquer personagem de HQs tem de importante? As histórias de heróis não são sobre isso e não devemos ideologizar o entretenimento a ponto de virar um panfletinho. Isso é diminuir os quadrinhos.

Mas dai surgem organizações perigosas, essa Geeks Out é uma delas, a especialidade deles é fazer campanhas de boicote contra tudo que não tem gay no meio. Eles inventaram termos como Superqueeros (superbichas), tudo pra eles tem que ter gay, se não tiver pelo menos elogios a gays, boicote! Orson Scott Card foi uma das vítimas, dois anos atrás eles fizeram uma campanha de boicote contra o filme adaptado de Ender’s Game. Tudo que esses caras querem é impor sua maneira de ver o mundo para todos, eles não querem tolerância, eles não querem respeito, eles querem censura, perseguição e autoritarismo.

1 – The Mary Sue

De todas as questões que expus aqui, The Mary Sue é o campeão, contém tudo e muito mais. Este site é o verdadeiro modelo de todos e tem influência de verdade na indústria de quadrinhos, não é quase insignificante como seus imitadores brasileiros. É um dos sites mais intolerantes e fascistas de toda internet.

Eles organizam e apoiam campanhas de boicote, perseguem artistas, tentam censurar HQs, intimidar, difamar e ridicularizar todos que vão contra sua agenda. Orson Scott Card, Frank Miller, John Byrne e Milo Manara foram algumas das vítimas dos editores e leitores desse site. Eles também se utilizam do linguajar da novilíngua politicamente correta com palavras bizarras: cisgender, intersexual, transgender, transfobia, transcomic e transhomolesbointergenderfuckfobia!

Tudo que tem sido feito nos sites brasileiros citados acima é respaldado por teorias acadêmicas, porém seu meio de aplicação em textos sobre cultura pop é macaqueado de sites estrangeiros como este, portanto, não se assuste se em breve os sites desta lista tomarem a frente de campanhas contra a liberdade de expressão como seus inspiradores estrangeiros fazem. Esta lista é pequena e vai ficar menor ainda no futuro, na medida em que o ódio a liberdade dos quadrinhos crescer.

 

83 comentários

  1. Olá, só descobri esse site hoje e fico triste por vocês não o atualizarem mais. Vocês disseram toda a verdade sobre o que aconteceu na indústria da cultura pop, que infelizmente foi coaptada por propagandistas de esquerda. Lembro que antigamente sites como o Judão eram engraçados e tinham identidade, mas hoje ele se tornaram veículos de demagogia. Não existe mais diversão, só propaganda.

    Seria muito bom se vocês continuassem com o blog, especialmente agora que está acontecendo uma revolução cultural “anti-esquerda” em vários lugares do mundo, incluindo o Brasil.

    Ps: adorei ver os “paladinos da moral” chorando nos comentários, queria ver a cara deles hoje sabendo que a ideologia de esquerda está perdendo força. Estão colhendo o que plantaram, finalmente.

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