Eu tinha alertado a todos vocês sobre o desvirtuamento dos objetivos do evento de quadrinhos conhecido como FIQ quase dois anos atrás.
Na época, eu disse:
Eu tinha alertado a todos vocês sobre o desvirtuamento dos objetivos do evento de quadrinhos conhecido como FIQ quase dois anos atrás.
Na época, eu disse:
“Se deus não existe, tudo é permitido.”
Fiodor Dostoiévski
Uma coisa que as pessoas não entendem sobre esse papo de diversidade nos quadrinhos é que isso representa uma ruptura. Personagens mulheres, gays, negros, minorias, isso sempre existiu: A Mulher Maravilha foi criada por William Moulton Marston, um homem feminista, em 1940, para ser “tão forte quanto Hércules e mais bela do que Afrodite”; Luke Cage foi criado em 1972 por Archie Goodwin e John Romita, para representar os jovens negros da periferia de New York e mostrar que eles podiam ser heróis; Estrela Polar foi criado por Chris Claremont e John Byrne em 1979 para representar os gays entre os heróis X-Men. Todos são provas de que sempre existiu uma diversidade natural nos quadrinhos mainstream.
No final da semana passada, o site ICv2 fez a cobertura exclusiva de uma reunião do alto escalão da Marvel com 14 dos maiores varejistas de quadrinhos dos EUA e Canadá onde o principal assunto foi a queda nas vendas de gibis da editora, que vem ocorrendo desde o último mês de outubro. O encontro foi comandado pelo editor chefe Axel Alonso e por David Gabriel, vice presidente de vendas e marketing. Os varejistas se manifestaram acerca de várias possíveis causas para este problema, incluindo o excesso de reboots e grandes eventos promovidos incessantemente pela Marvel, até o gerenciamento de talentos.
A reunião não passaria de um encontro corporativo e não despertaria tanto interesse do público se não fosse por declarações de lojistas e de David Gabriel, colocando a responsabilidade pela queda brusca nas vendas na insistência da editora em operar mudanças drásticas em personagens clássicos, somente para incluir a tal da “diversidade” em seus títulos. Essas mudanças radicais teriam chegado ao ponto de fazer os leitores pararem de comprar, ou simplesmente não se interessarem por eles.