Tem gente que diz que eu não gosto de nada, que eu detono tudo, que meu blog é só pra reclamar e causar com fãs de quadrinhos. Não é verdade.
Pra calar a boca da oposição, decidi publicar a minha listas de gibis preferidos e explicar com algumas palavras o porquê de eu gostar deles. A lista surgiu como resposta a uma enquete em uma rede social, nunca tinha feito isso antes e acrescentei apenas umas três correções.
01 – Conan de Roy Thomas
Roy Thomas conseguiu manter nos quadrinhos toda a essência do personagem de Robert E. Howard, é por isso que seu Conan é insuperável e está em primeiro nesta lista.
Estava me perguntando se não teria me tornado um saudosista com essa coisa de cultuar Conan. Não gosto de saudosismo porque sou novo, ainda vou fazer 33. Muito novo pra ficar relembrando a infância. “Ah o primeiro gibi que li, como era bom, e tudo hoje é ruim”. Acho isso patético, a não ser que você tenha 60 anos.
Gosto do universo do Conan, mas não é por saudosismo, é porque é pura fantasia, tem elementos de magia, referências (pseudo) históricas, deuses estranhos e muita violência. A era hiboriana do Robert E. Howard é interessante pra mim como uma fuga, puro escapismo, apesar de ter elementos bem realistas incluídos por Howard.
Por ele ser um pessimista nato, fez dos hiborianos um retrato do que há de pior na humanidade, e condenados ao devir. É a versão trágica da história humana, como eu costumo dizer, lembrando que tragédia era um gênero de ficção, do teatro grego, onde o homem é preso ao fatalismo. A história de Conan é trágica. Assim a das civilizações hiborianas, dos grandes reinos esplendorosos que se erguem por um momento para logo caírem em decadência e virarem poeira. A civilização humana é destinada a tragédia e ao esquecimento.
Isso me lembrou uma vez em que conheci um senhor de uns 60 anos, jornalista muito culto, pesquisador de ocultismo, que me disse que gostava de Conan, na época eu achava que gente velha não gostava de quadrinhos, especialmente um homem culto.
Perguntei “O senhor sabe que Conan veio da literatura né?”.
“Sim, mas o autor era doido, se suicidou aos 30 anos.”
“Será mesmo?”.
“Sim, senão ele não teria criado Conan”
Assustado, troquei de assunto.
EC Comics